Auditar não é apenas verificar se existe documentação. É perceber se há controlo real.

As auditorias são momentos críticos: avaliam se a organização está apenas a “cumprir o mínimo” ou se possuí práticas consistentes e maduras. No entanto, há erros que se repetem — e podem comprometer não só o sucesso da auditoria, como a credibilidade de toda a estrutura de gestão.

Se a sua organização prepara e necessita de realizar auditorias, seja para verificar o cumprimento de requisitos legislativos (RGPD, DORA, NIS 2…), normas e boas práticas internacionais (ISO/IEC 27001, ISO 22301…), ou outros (clientes, parceiros, fornecedores …) , este artigo é para si

 

Erro 1: Tratar a auditoria como um evento pontual

Muitas organizações encaram a auditoria como uma corrida contra o tempo, só “acordando” semanas antes. Resultado? Stress, improviso e falhas óbvias.

O que fazer? planear antes de improvisar — conhecer o cronograma e os critérios das auditorias atempadamente (quando possível); integrar e aplicar de forma contínua as práticas nos processos da organização, o que permite criar uma cultura de prontidão, controlo e evidências. O objetivo passa por assegurar um elevado nível de preparação da organização, para evidenciar e responder, em qualquer momento, aos mecanismos de controlo, incluindo auditorias, realizadas por quaisquer partes interessadas internas ou externas. A auditoria e os seus resultados são reflexos de um sistema vivo de uma organização diligente — e não de um teatro temporário e de uma organização reativa.

 


Erro 2: Ter documentos, mas não práticas reais

Ter políticas assinadas e procedimentos arquivados não significa que sejam utilizados.

O que fazer? garantir que os processos são compreendidos e aplicados. Um auditor experiente procura coerência entre o que está escrito e o que se faz.

 


Erro 3: Falta de preparação das pessoas

Colaboradores apanhados de surpresa, respostas vagas ou “isso é com o IT, ou com área X”, demonstrando improviso, e/ou criando um sistema de “ping-pong” em que umas áreas “empurram” para as outras… são tudo sinais de uma organização com um modelo de governo deficiente e ausência de envolvimento das partes.

O que fazer? antes da auditoria, simular perguntas reais, clarificar e reforçar responsabilidades e autoridades, explicar o porquê das práticas e controlos. A segurança começa por compreender como é que as tarefas que realiza no dia-a-dia se mapeiam para os requisitos das práticas e controlos que a organização tem de cumprir. O colaborador tem de saber demonstrar que são aplicados e evidenciar os resultados da sua execução.

 


Erro 4: Subestimar o contexto organizacional

Muitas auditorias falham porque os riscos reais do negócio não estão refletidos no seu sistema de gestão, isto acontece, normalmente, porque a organização não se conhece a si própria. Resultado? Controlos genéricos, sem impacto, ou mesmo, práticas críticas não documentadas ou inexistentes.

O que fazer? alinhar riscos, objetivos, práticas e controlos com o contexto real da organização. Conhecer a organização e o seu risco inerente é fundamental para um planeamento com base no risco. A auditoria avalia consistência, relevância e eficácia, não o volume de documentos ou aplicações de IT que utiliza.

 


Erro 5: Não evidenciar melhoria contínua

Ter o mesmo plano, os mesmos indicadores e os mesmos erros ano após ano compromete a credibilidade do sistema. Isto demonstra falta de uma cultura de melhoria continua na organização. As causas podem ser as mais diversas, desde a falta de compromisso da gestão até à resistência à mudança.

O que fazer? identificar agentes de melhoria, mostrar ações corretivas eficazes, planos de melhoria e, decisões com base em análise crítica. Melhoria contínua não é opcional — é esperada e necessária. O contexto da organização é dinâmico, como tal, a melhoria continua deve acompanhar a necessidade de mudança.

 


Erro 6: Ignorar os registos

Políticas e procedimentos são essenciais — mas sem registos, não há prova de que algo foi realmente executado.

O que fazer? manter registos atualizados, acessíveis e coerentes com as atividades realizadas. O auditor vai querer ver evidência factual — não intenções. A evidência deve ser objetiva, estar disponível e ser verificável.

 


Erro 7: Não ligar os pontos

Auditorias falham quando as peças não encaixam: riscos não refletem os objetivos, controlos não protegem os ativos críticos, planos de resposta não são testados.

O que fazer? garantir que o sistema de gestão é coerente, integrado e orientado para o negócio. O auditor procura lógica, não complexidade. Cumprir os requisitos utilizando práticas simples e consistentes, demonstra uma organização madura. Normalmente, uma organização que aplica práticas de forma complexa ou desconexa demonstra uma maturidade deficiente ou em crescimento – devendo o auditor compreender e recomendar (caso faça parte dos objetivos da auditoria) a melhoria do nível de maturidade das práticas da organização através da melhoria continua. Recordar que o auditor é, também, um agente de melhoria, e o resultado do seu trabalho deve produzir conclusões e recomendações acionáveis.

 


O que procuram os auditores experientes?

  • Evidências objetivas
  • Ciclo de melhoria ativo
  • Envolvimento da liderança
  • Consistência entre discurso, documentos e prática
  • Adoção real das Melhores Práticas

Não se trata de agradar ao auditor. Trata-se de garantir que a organização está realmente preparada — com ou sem auditorias calendarizadas.

 


Formação que ajuda a preparar auditorias exigentes

A Behaviour desenvolve cursos que não só explicam as normas, como te preparam para aplicar, liderar e auditar com segurança:

 

A auditoria é um reflexo da maturidade da organização — e não um jogo do que se deve mostrar e esconder ao auditor.

Quem domina o seu sistema, não teme a auditoria. Usa-a com sabedoria para crescer.

Na Behaviour, formamos profissionais de excelência para atingirem esse nível de domínio. O objetivo principal não é apenas completar a formação e passar no exame — é conhecer, saber fazer e ser capaz de liderar com confiança, transformando incertezas e dúvidas em: certezas, factos e reconhecimento para o auditor e para as organizações auditadas.

 

 

 

Autor: Behaviour
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