Porque testar é necessário? Mas testar mal pode ser pior do que não testar

Os Cyber Stress Tests (testes de stress cibernético) tornaram-se uma exigência crescente em setores como o financeiro, a saúde, os serviços digitais e as infraestruturas críticas.

Mais do que uma tendência, são hoje uma ferramenta essencial para testar a capacidade real de resposta da organização a um cenário de crise. Mas atenção que, um teste mal planeado, mal executado ou mal acompanhado pode gerar falsas certezas, e ocultar fragilidades que ninguém viu chegar.

Abaixo destacamos os 5 erros mais comuns que, por si só ou em conjunto, descredibilizam e anulam o impacto de um teste de stress.

 

1. Falta de um objetivo claro

“Misturámos tudo para ver o que acontecia.”
Este tipo de abordagem leva a exercícios caóticos, onde ninguém sabe o que está a ser avaliado, quais os indicadores de sucesso ou que lições se pretendem tirar.

Um teste eficaz tem foco: Resposta? Comunicação? Continuidade? Recuperação?
Tudo ao mesmo tempo = nada com clareza.

O objetivo define o cenário, desafios inesperados, os participantes, os critérios e o impacto.

 

2. Cenários pouco realistas (ou demasiado previsíveis)

Testes que simulam “ataques genéricos” ou que apenas repetem exercícios antigos não acrescentam valor a um novo ambiente que espelha uma nova realidade tecnológica em que a exposição ao risco aumenta exponencialmente e, muitas vezes, de forma silenciosa, tirando partido de novos cenários.
Por outro lado, testes excessivamente técnicos, sem contexto de negócio, afastam os decisores e confundem os participantes.

O segredo está no equilíbrio: um cenário plausível, com elementos de surpresa, mas ligado à realidade da organização.

Exemplo eficaz:
“É sexta-feira, 18h10. A conta do administrador está a ser usada para apagar bases de dados. O gestor de segurança está fora. Quem é responsável por responder? Quando responde? Como responde?”

 

3. Falta de envolvimento da gestão

Se os órgãos de gestão apenas veem relatórios, perde-se a componente mais importante: a capacidade de decisão sob pressão.
Muitos testes falham porque os papéis críticos não estão atribuídos… ou estão atribuídos a quem não está presente.

Resiliência não é só técnica e prontidão, mas também liderança e governação. É decidir e ter certezas no meio de um ambiente de incertezas.

 

4. Não documentar, não avaliar, não corrigir

Um teste só se justifica se gerar conhecimento útil e melhoria contínua.
Realizar um exercício sem registo, sem avaliar desempenhos, sem estabelecer planos corretivos é teatro, não é preparação.

“Correr bem” não significa não falhar.
Significa identificar falhas, aprender e corrigir.

 

5. Testar com a equipa ideal, no cenário correto

Muitos testes são feitos com os protagonistas certos, no momento certo e com tudo preparado ao minuto.
Mas… e se o responsável estiver de férias? E se o fornecedor não responder? E se a decisão tiver de ser tomada com apenas 50% da informação?

O objetivo é testar a resposta no caos,  não num laboratório. Nenhum cenário se irá materializar da forma exata que planeámos, pelo que introduzir incerteza e medir a resiliência são fatores críticos para uma resposta eficaz aquando de um cenário real.

 

Como fazer bem?

  • Definir um objetivo claro e específico
  • Criar um cenário credível, desafiante e relevante para o negócio
  • Introduzir incerteza nos momentos que tínhamos como certos
  • Envolver todos os níveis da organização, incluindo liderança
  • Medir desempenhos, identificar falhas e apresentar um plano sólido de melhoria
  • Repetir periodicamente e escalar a dificuldade com maturidade

 

Preparar equipas para testes exigentes

Com a Behaviour, as organizações aprendem a planear, executar e melhorar os seus testes de stress tendo por base normas, frameworks e a realização de exercícios reais:

 

Testar é mais do que cumprir uma exigência interna ou um requisito externo.
É a única forma real de saber se estamos prontos.

Mas atenção: testar mal pode ser mais perigoso do que não testar.
Porque cria a ilusão de que estamos preparados… quando ainda não estamos.

Aplicando os métodos, cenários e objetivos certos, os testes de stress transformam-se em poderosas ferramentas de maturidade organizacional.

 

 

 

Autor: Behaviour
Não é autorizada a cópia ou reprodução deste artigo.